Lutador de MMA que viralizou ao imobilizar ladrão em Barcelona é acusado de violência por duas ex-namoradas; ele nega
Lutador de jiu-jitsu brasileiro viraliza ao mostrar captura de ladrão em Barcelona O lutador de MMA que viralizou depois de postar um vídeo imobilizando um la...

Lutador de jiu-jitsu brasileiro viraliza ao mostrar captura de ladrão em Barcelona O lutador de MMA que viralizou depois de postar um vídeo imobilizando um ladrão em Barcelona, na Espanha, já foi investigado ao menos duas vezes no Brasil por violência contra duas ex-namoradas – que terão seus nomes preservados nesta reportagem. No caso mais recente, registrado na polícia em 2024, ainda é investigado. A ex acusa Gabriel Souza Galindo de violência psicológica, sexual e perseguição durante o namoro. O episódio mais antigo, de 2021, foi arquivado, por falta de provas, mas a mulher voltou a dizer publicamente que foi agredida após ver a repercussão do vídeo de Gabriel. Segundo ela, houve uma glamourização de um comportamento violento que era comum durante o relacionamento. Desde quinta-feira (21), o g1 procura a defesa de Gabriel. Sugeriu uma entrevista com ele ou com os advogados, que preferiram responder por nota. "É importante esclarecer que Gabriel Souza Galindo não foi denunciado por nenhum crime", respondeu a defesa, que cita o arquivamento de um caso e diz confiar que o segundo também será extinto e que não há "indício da prática de crime". A nota completa está no final da reportagem. O que alega a mulher Em um dos casos, a mulher relatou ao g1 que manteve um relacionamento com Gabriel por mais de um ano. Após o término, ela afirma ter sido perseguida por ele, inicialmente de forma virtual e depois presencial. Segundo a vítima, ela sofreu violência psicológica, patrimonial e até sexual durante o namoro. “Eu estava muito fragilizada dentro do relacionamento, eu tive que viajar para conseguir terminar com ele porque eu já tinha tentado terminar quatro vezes, e ele não deixava. E, quando eu via, ele estava dentro da minha casa ou então na porta do meu prédio”, relata a mulher, que pediu para não ter o nome divulgado. Com medo, decidiu procurar a polícia e solicitou medidas protetivas, que foram concedidas pela Justiça e seguem em vigor. A mulher, que pediu para não ser identificada, também relatou um episódio de abuso ocorrido quase um ano antes da denúncia. Segundo ela, Gabriel manteve relação sexual com ela enquanto ela sofria uma convulsão. “Antes de convulsionar, a pessoa apaga, fica ausente. A última coisa que eu me lembro é de falar: ‘tô passando mal’. Quando eu acordei, a primeira coisa que escutei foi ele dizer: ‘quando isso acontece a gente faz o quê?’”, contou. Ela afirma que estava molhada e vestia apenas uma calcinha, embora antes estivesse de short e blusa. Gabriel teria dito que a jogou na piscina para acordá-la da convulsão. “Eu me sentia culpada, pedia desculpas a ele, e ele dizia: ‘Nossa, eu salvei sua vida’”, relatou. Segundo ela, Gabriel usava esse episódio como forma de manipulação emocional. Meses depois, ela afirma ter compreendido que se tratava de abuso, após um comentário feito pelo próprio Gabriel. “Ele disse rindo: ‘Amor, acho que você passou mal aquele dia de tesão'." Em seguida, segundo a ex, Gabriel detalhou a prática de sexo naquele momento. "Quando contei para minhas amigas, elas acharam um absurdo, congelaram e falaram: ‘Amiga, isso é abuso’”. Gabriel Souza Galindo Redes sociais A outra investigação, de 2021, envolveu uma briga entre Gabriel e a então namorada. Ambos foram levados à delegacia pela Polícia Militar – ele não foi preso. A mulher obteve medida protetiva válida por um ano e contou com o apoio da Patrulha Maria da Penha, que fez rondas rotineiras na região onde a mulher mora pelo período em que a medida protetiva esteve valendo. O caso foi arquivado por falta de provas. Segundo a defesa de Gabriel, ele foi a vítima da agressão, o que teria sido comprovado por lesões registradas e imagens de câmeras de segurança. Procurado, o Tribunal de Justiça do Rio informou que o caso foi arquivado e que não irá se pronunciar. O que diz a defesa O g1 procurou a defesa de Gabriel Galindo, representada pelo escritório Hoyos e Cortez Advogados, para falar sobre os casos apresentados na matéria. Veja a nota da defesa na íntegra: "Inicialmente, é importante esclarecer que Gabriel Souza Galindo não foi denunciado por nenhum crime e não possui qualquer anotação criminal. No momento, encontra-se regularmente em férias com sua família. O inquérito policial de 2021 envolvendo X. foi arquivado por falta de provas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, resultado que é público e pode ser consultado no site oficial do MPRJ. Durante a investigação não ficou constatada nenhuma agressão por parte de Gabriel e a investigação foi arquivada. No entanto, cabe considerar que Gabriel foi vítima de agressão, conforme demonstram as lesões no momento da confecção do RO e as imagens do circuito interno de vigilância do prédio em que reside. Não há qualquer medida protetiva em vigor relacionada a este caso. Quanto à investigação de 2024, trata-se de apuração ainda em curso, mas sem qualquer indício da prática de crime por parte de Gabriel. A defesa apresentou testemunhas e documentos que contradizem as alegações e aguarda o arquivamento do inquérito. Por se tratar de investigação sigilosa e em curso, não podemos entrar em detalhes, mas esclarecemos que não há restrição judicial que impeça Gabriel de viajar ao exterior. A defesa acredita na Justiça e no devido processo legal para o esclarecimento definitivo dos fatos. Tal como ocorreu no primeiro inquérito, confiamos que a verdade será constatada e este segundo inquérito também será arquivado." Vídeo viralizado Lutadores brasileiros parando ladrão em Barcelona Instagram/Reprodução Gabriel viralizou após publicar um vídeo em que aparece imobilizando um homem suspeito de furto em Barcelona. A postagem ultrapassou 300 mil curtidas. Ele e o irmão, também lutador, estão de férias com a família na Europa. No vídeo, Gabriel aparece deixando que outras pessoas agridam o suspeito após imobilizá-lo: “Confirmamos que ele realmente tinha roubado o colar do português. Botei ele no chão para apresentar o jiu-jitsu brasileiro para ele. A essa altura já tinha uma multidão ensandecida de raiva do infeliz. Alguns revoltados começaram a dar uma massageada no querido, mas não tive coragem de deixar machucarem muito ele”, narra. Gabriel também relata que o homem tentou mordê-lo mesmo imobilizado: “Falei no amor que se ele tentasse, ele ia ficar sem braço.” E conclui: “Só que uma hora ele estava muito rebelde, então eu ensinei pra ele como se aplica um mata-leão e falei bem no ouvidinho: ‘fica quieto que se eu quisesse eu te matava'."