cover
Tocando Agora:

Deputada denuncia intimidação após criticar demora em julgamento de PM réu por matar adolescente em RR

Comentário da usuária @patricia_asanntos em publicação da deputada estadual Joilma Teodora (Podemos-RR) Reprodução/Redes sociais A deputada estadual Joilm...

Deputada denuncia intimidação após criticar demora em julgamento de PM réu por matar adolescente em RR
Deputada denuncia intimidação após criticar demora em julgamento de PM réu por matar adolescente em RR (Foto: Reprodução)

Comentário da usuária @patricia_asanntos em publicação da deputada estadual Joilma Teodora (Podemos-RR) Reprodução/Redes sociais A deputada estadual Joilma Teodora (Podemos) foi alvo de ameaças nas redes sociais após cobrar mais rapidez no julgamento sobre o assassinato da jovem Débora dos Santos Bezerra. Ela registrou um Boletim de Ocorrência na manhã desta quarta-feira (10). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 RR no WhatsApp A mensagem com teor de intimidação partiu do usuário "@patricia_asantos", associado a uma mulher chamada Patricia Santos. "Acho melhor dar uma seguradinha e conservar os dentes que tem na boca. Falar pouco é bom e conserva os dentes", escreveu o perfil. O caso foi registrado na Polícia Civil como ameaça. O comentário foi feito na terça-feira (9) em uma nota de repúdio divulgada por Joilma nas redes sociais da deputada. Na imagem, ela manifestou indignação contra a lentidão no processo que apura o homicídio de Débora, que tinha 17 anos quando o crime ocorreu há dois anos, em Rorainópolis, ao Sul de Roraima. O perfil de Patrícia publicou uma nota de retratação, em que negou a intenção de ameaçar a deputada e pediu desculpas pelo ocorrido. Segundo ela, a frase sobre "conservar os dentes" teve origem em um meme da artista MC Mirella. Ela disse ter reconhecido que o comentário foi "inadequado" para o contexto e interpretado como ameaça velada. O g1 procurou o perfil da usuária Patrícia Santos, mas não teve retorno até a última atualização da reportagem. À polícia, Joilma relatou que se sentiu "gravemente constrangida" e temeu pela própria integridade física, interpretando o texto como uma sugestão de violência caso ela continuasse a se manifestar sobre o caso. O comentário foi apagado pouco tempo depois. "Na condição de secretária Especial da Mulher, não posso deixar de me manifestar em apoio à família dessa jovem, que tem clamado por justiça nos meios de comunicação do Estado", declarou Joilma sobre o registro do B.O. O g1 procurou a Polícia Civil sobre a denuncia registrada pela deputada estadual e aguarda o retorno. Relembre o caso Débora dos Santos Bezerra foi encontrada morta com três ferimentos de tiro na cabeça na manhã do dia 4 de maio de 2024. O principal suspeito do assassinato é um policial militar que tinha um relacionamento amoroso com a vítima, segundo relatos de testemunhas à polícia. Débora dos Santos Bezerra tinha de 17 anos e deixa um filho pequeno Reprodução/Facebook Na noite de sexta-feira (3), véspera da manhã em que o corpo foi encontrado, Débora saiu de casa por volta de 23h40 para se encontrar com o PM. Naquela noite, conforme o relato, Débora recebeu uma mensagem dele pedindo que o encontrasse "no mesmo local da última vez”. Débora então foi ao encontro. Depois, a amiga não conseguiu mais contato com ela. Pela manhã, recebeu a notícia que a amiga estava morta. A amiga disse ainda que a vítima teve uma desavença com a esposa do policial e havia sido ameaçada por ela. O corpo da estudante foi encontrado por um agricultor, de 43 anos, que mora perto do local onde ela estava. A vítima estava de bruços no chão e não portava nenhum documento de identificação. Débora era mãe de um menino de 2 anos. LEIA MAIS: Mulher é encontrada morta com ferimentos de tiros na cabeça, no interior de Roraima 'Vai fazer algo mais tarde?': PM réu por matar adolescente com quem se relacionava marcou encontro pelo Whatsapp na noite do crime Soldado da PM se relacionava com estudante e é suspeito de matá-la com tiros na cabeça em RR Pedido de justiça A parlamentar acredita que os ataques têm caráter político e visam desestabilizar sua atuação à frente da Secretaria Especial da Mulher, mas reafirmou que não será silenciada. "Apesar das intimidações e ameaças, não vão me fazer calar. Continuarei cumprindo meu papel de deputada estadual em defender [...] o direito das mulheres que, assim como Débora, foram vítimas de feminicídio", afirmou. Em nota, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) repudiou as mensagens direcionadas à deputada. O Legislativo classificou o ato como uma tentativa de intimidação contra representantes eleitas e reafirmou o compromisso com o combate à violência de gênero. Entenda o que é feminicídio: O que é feminicídio? Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.